sexta-feira, julho 09, 2010

Sendo Parado por um Policial: O Que Não se Deve Fazer

Eu estava dirigindo um carro. Eu não gosto de carros, mas daquela vez valia a pena. Não era o meu carro, óbvio, era o carro de meu amigo Paulo. Eu tinha roubado o carro dele, pois ele me obrigou a assistir Avatar com sua companhia. Eu pretendia atiçar fogo nele, mas aí não teria mais ninguém para pagar minha fiança exceto meu editor.

Eu ouvi um "Hmmph!" no banco traseiro. Era a namorada do Paulo. Ou a mãe dele. Ou a irmã dele. Ou então uma mulher completamente sem relação com o Paulo mas que estava presa, amarrada, e amordaçada no banco de trás do carro dele por algum motivo que não consigo me recordar direito agora. Acho que eu só fui com a corrente mesmo.

Então eu ouvi as sirenes de um carro de polícia. Merda. Olhei para o espelho retrovisor, que estava pichado com imagens obscenas de genitálias humanas e um zebu. Era uma viatura de polícia, mandando que eu parasse. Meu primeiro instinto foi acelerar e tentar escapar, mas eu lembrei que, mesmo no carro do Paulo, quem iria preso seria eu. Então eu parei.

Por um momento, nada aconteceu. Então, para o total desespero da mulher/irmã/namorada/mãe/prostituta com muita má sorte, nada continuou a acontecer. Por fim, o nada disse "Foda-se" e foi tomar uns porres, permitindo que um policial saísse da viatura.

Eu vasculhei meu carro freneticamente, tentando achar algum tipo de alucinógeno, que eu sabia que estaria no carro do Paulo. Por fim, eu achei um saco com três pedras de Crack. Paulo sempre foi um retardado. Eu escondi na calça, que ficou parecendo uma ereção desafortunada. Mas pelo menos o tamanho poderia intimidar o policial, se eu tivesse sorte. Se eu não tivesse, poderia excitá-lo, e ninguém quer ver isso.

No porta-luvas, ou seja lá como chamam essa porcaria, eu achei uma banana, o que era inútil, já que porcos só comem bacon (Eu acho). De qualquer modo, joguei-a pela janela, torcendo para que ele se distraísse como um cachorro que vê uma bola.

Ele parou. Olhou para a banana e pôs a mão na cabeça, provavelmente pensando que eu era um racista. Ah, eu mencionei que ele era negro? É, eu acho que deveria ter mencionado antes. E a banana não foi exatamente a melhor idéia do mundo, agora que eu penso sobre isso.

Ele se aproximou da janela do carro (Ou seja lá qual seja o termo para esse vidro que não faz nada para te proteger de tiros), com uma postura intimidadora que me fez pôr a mão na cara. Ou então era o fato de que ele estava propositalmente mostrando a pélvis contra a janela. Um dos dois.

"Você sabe por que eu te parei?"

"Não, senhor, eu não sei." - Eu respondi, tentando fazer o meu dedo do meio levantado parecer o mais casual quanto possível. Então eu abri um grande sorriso porque, hey, policiais também gostam de sorrisos. E quem sabe assim eu confundia ele e conseguia escapar.

"A placa de seu carro está ilegível. Está pichada com alguma coisa sobre 'James Cameron pode chupar meu pênis azul!' por cima." - Ele manteve sua postura - E pélvis -, apesar da minha tática de confusão.

"Bem, isso foi uma coisa que meu amigo pichou. Mas não é nada demais, não é?"

"E o que essa mulher está fazendo no banco de trás, amarrada e amordaçada?!" Ele pareceu estranhamente surpreso em ver uma mulher de algemas, especialmente sendo um policial.

"É minha namorada. É dia de... 'Novelização'."

"Novelização?"

"Sim! É que ela adora esse tipo de coisa, entende? Ela adora ser amarrada, algemada, amordaçada e carregada no banco traseiro de um carro até aonde diabos quer que eu esteja indo."

"Senhor," Ele esfregou os olhos, obviamente estando cansado de minhas insanidades. "Tentar ocultar o número do seu carro é uma obstrução de justiça muito, muito séria. Agora, seqüestro é pior ainda."

"Err..." Eu tentei inventar uma resposta "Mas não deve ser pior que David Hasselhoff e Rosie O'Donnell transando, não é?"

O homem ficou embasbacado com a imagem mental que eu havia instalado em sua mente. Ou então com o fato de eu ter pensado em alguma coisa tão idiota e tão sem a ver com o assunto em questão. De qualquer forma, eu aproveitei a brecha para acelerar e tentar escapar de uma multa e uma prisão.

Ele me perseguiu longa e arduamente (Por aproximadamente quinze segundos), atirando frenéticamente. Eu teria escapado, mas quando se tratam de tiros, eu prefiro parar a porra do carro. O homem novamente saiu do veículo, dessa vez com uma pistola em mãos.

Eu, já desesperado, procurei meu carro feito um louco para achar uma arma. Qualquer arma. Embaixo do banco do motorista, eu achei uma colher. Não era muito, mas foda-se, era uma arma. Eu saí do carro, colher em punhos, e tentando parecer o mais ameaçador quanto possível.

Ele olhou para mim, exasperado, tentando se decidir se eu era insano ou se a colher era um explosivo altamente avançado. Ele se decidiu pelo primeiro, e foi chegando cada vez mais perto de mim. Eu brandi a colher, apontando para ele, e ele parou, apontando sua arma para mim.

Na beira da estrada, aconteceu uma luta de nervos de proporções bíblicas. A minha colher contra a pistola dele. Sansão contra Golias. Uma formiga contra um lobo. Luke Skywalker contra Darth Vader. Qualquer ser humano na Terra contra Clint Eastwood. Um zebu contra um Exterminador do Futuro. Um germe contra... Qualquer coisa.

O policial e eu nos encaramos por alguns segundos. Ele deu um passo para frente. Eu segurei a colher com mais força. Ele deu outro passo. Eu comecei a suar frio. Ele chegou o mais perto que pôde, e eu bati na testa dele com a colher.

"Ah! Seu filho da puta!" Ele xingou, enquanto me algemava. Por fim, eu passei a noite na cadeia. Uma Sexta como sempre.

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