sexta-feira, maio 21, 2010

O Abacaxi

A régua passou voando
Pelo jardim dourado.
O porco morreu à mando,
Seu roteiro estava misturado.

Existe uma baleia,
Apoiada num prego,
Preso na parede de meia,
Construído pelo ego.

O dente cantou desfigurado.
Sob o teto de um quadro relatado,
Na televisão do homem descerebrado.
Que chamou seu filho de viado.

O quadro vomitou no artista,
Quando o cafetão passeou de puta.
Estavam os dois na São Batista,
Quando o homem voou lá pra Combuta.

Sentou-se no prédio de arenito,
Tomou sua areia com chá.
Sentiu fome aqui e acolá,
Comeu de jantar um erudito.

O menino descobriu que era pai,
Antes mesmo de transar.
Por aquele garoto, puta nenhuma disse "Ai",
Acho que seria melhor ele se matar.

Hegemonia simbólica de falácia moral,
Talvez seja apenas um golpe hormonal,
Singelamente pronto para te foder,
Inocentemente estuprando seu ser.

Jok's so pa's for me ti las.
Nip so fi la ca so ma,
I on em so fez las mas,
It pere of tu la mesma.
Acho que enlouqueceu.

O dia anoiteceu claro,
Quando a manhã atingiu o crepúsculo.
O garoto tolo sentou no aro,
Seu pai beijou seu músculo.

A menina pobre,
Aprendeu bem rápido.
Teve que chupar e engolir,
Não teve escolha, era isso ou partir.
Comprou um cachorro quente de cobre.
Sentou-se, um babaca ávido.

O açougueiro deleitou-se.
Com o presente da filha,
Era lindo o que ela trouxe,
Mesmo tendo ela gozo na virilha.

Cinemático o monstro,
Que mata com as garras.
É real, no entanto, quem mata com vostro,
Ele apertou na mulher as amarras.

Cinderela se sentou,
No pau de outro homem,
Enquanto o príncipe estava dando,
Para o seu amante.

Mas eu te pergunto:
Eu te questiono:
Eu lhe imploro:
Aonde está o abacaxi?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abre teu coração e chora!