domingo, julho 18, 2010

Ecos

Você sente a escuridão
Tomando seu corpo
Iludindo sua mente
Navegando por seus olhos.

No horizonte, você a vê
Uma luz, pequena e frágil
Você corre em sua direção
E cai por trevas intermináveis.

No canto de seu olho,
Você sente sua presença
Alguma coisa vermelha
Sem forma ou aparência.

Tatea sem sentido,
Procurando sem motivo.
Ensurdecem seus olhos
O relapso de cores.

Formas desfiguradas dançam
Rindo à sua volta.
Você as reconhece, furioso.
O traidor e o plagiador.

Elas riem de você
Com você
Riem do quê?
E fecha seus olhos.

O silêncio lhe acalma
Mas não te ilumina.
Você olha ao redor
Nem mesmo uma luz.

O silêncio ensurdecedor
A escuridão cegante
O nada palpitante
O vazio lhe causa dor.

Subitamente,
Em sua frente,
Você não acredita em seus olhos
Conforme a luz lhe favorece.

Uma explosão de luz e cores,
Alegres e tristes,
Cansadas e eufóricas,
Mortas e vivas.

Por entre cada uma dança um homem
Um homem de trevas,
Ele sorri conforme a música toca,
E ri quando o silêncio volta.

Sua forma é clara como a noite,
Sua voz trazendo gritos de terror
Seus olhos uma visão do Inferno
Seu toque, uma sensação de morte.

E você corre. Corre, e corre.
Escuridão adentro, tropeçando e caíndo
Ele anda calmamente,
Pulando e sorrindo.

Então você a vê
Uma fonte de luz.
Corre em direção à ela
Deixando os terrores para trás.

Mas a luz apaga,
E a escuridão lhe absorve.
Você sente seu corpo,
Sendo examinado, destroçado.

E por fim, na escuridão,
Você sente um último toque.
Ouve uma última nota.
Vê uma última pintura.


 

Sim, senhoras e senhores, eu estou de volta.

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