Da série "Coisas que mudam nossas vidas"
Desde sempre que a neve vermelha surpreendeu os viajantes polares. À primeira vista pode parecer sangue. Assim o relatam alguns exploradores, de tempos já sem memória. Mas uma simples aproximação demonstra que não. Durante séculos, muito se especulou sobre a sua origem, se mineral, se orgânica. Em maio de mil oitocentos e dezoito a expedição de John Ross avistou neve vermelha ao largo do Cabo York na Gronelândia. Recolheu amostras para se descobrir a origem deste fenómeno. Os jornais da altura noticiavam que o fenómeno não seria meteorológico “já que John Ross não tinha visto a neve vermelha a cair”. Descreviam a neve vermelha como “parecida com o Vinho do Porto tinto” e descartavam a hipótese da sua “origem estar ligada com a cor do solo, uma vez que assim não seria possível que existisse no gelo”. As análises feitas de tais amostras concluiram, erradamente, que a neve vermelha se devia à oxidação do ferro existente. Só no final de oitocentos é que se descobriu que a neve vermelha mais não é que protococcus, uma alga cujo citoplasma fica vermelho por força da exposição à luz.
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